O curso trabalha as práticas coletivas no Suas a partir de contribuições de autores da psicologia e do serviço social. Traz, ainda, referenciais teóricos comuns entre psicologia e pedagogia. Busca articular teorias de grupos (muitas delas produzidas antes do Suas) com as orientações técnicas mais atuais do campo da assistência social, aplicando tais conhecimentos especialmente ao PAIF e PAEFI. Você conhecerá ferramentas gerais, que servem para aplicar em vários tipos de grupos no Suas, tanto os grupos de acompanhamento familiar quanto atividades coletivas pontuais, como as oficinas com famílias e as ações de mobilização social. Se você deseja ampliar as ações coletivas no seu Cras ou Creas, encontrará nesse curso algumas sugestões de técnicas e metodologias para aplicação em vários tipos de grupos. O curso oferece ferramentas e leituras para contribuir com maior segurança na condução de grupos e para o “aventurar-se” nessa modalidade de atendimento e acompanhamento em que se conjugam desafios e espaços de potência.
Apesar do reconhecimento de que a vulnerabilidade, o risco e a desproteção sociais são fenômenos multifatoriais e atravessados por diversos determinantes sociais, as práticas individualizadoras das chamadas “expressões da Questão Social” capturaram o cotidiano dos serviços do Suas. Esse curso se justifica na medida em que busca “contagiar” profissionais e gestores para inverter essa lógica. Passados 20 anos do Suas, cabe consolidar o protagonismo dos usuários e o seu fortalecimento enquanto cidadãos ativos e participantes – e isso passa pelas práticas coletivas. Para além de conferências e conselhos – que são, sim, espaços potentes de participação social – a participação cidadã é forjada na intervenção cotidiana, no olhar para o outro, para singularidades e alteridades, no “reacendimento” do convívio social e comunitário em um mundo cada mais ensimesmado em espaços individualizadores. Seria estranho se o Suas tivesse escapado a esse contexto histórico individualizador: assim como muitos outros espaços e campos, a assistência social também foi capturada por essa tendência. Mas já é hora de ser resistência e fazer isso com responsabilidade e segurança. Conduzir grupos e inverter a lógica do principal modelo de atenção e intervenção dos Cras e Creas é mais do que uma questão metodológica: é uma questão ético-política que, por si só, já justifica a necessidade de oferta do presente curso.
AULA 1. 23/09/2025, das 13:30 às 17:00 – Uma conversa sobre grupos
AULA 2. 24/09/2025, das 13:30 às 17:00 – Princípios gerais de algumas teorias de grupos e sua aplicação aos grupos ofertados no Suas
AULA 3. 25/09/2025, das 08:30 às 11:30 – Fazendo grupos no Suas: tecendo a prática dos coletivos no Paif e Paefi
Modalidade: Capacitação introdutória (conforme a classificação da PNEP/SUAS (Brasil, 2013)
Carga horária das aulas síncronas (ao vivo): 10 horas aula
Carga horária estimada das atividades assíncronas (materiais complementares): 10 horas
Carga horária da certificação: 20 horas
Percurso formativo principal (conforme a classificação da PNEP/SUAS (Brasil, 2013): Provimento de serviços e benefícios socioassistenciais
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Psicóloga pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 2004), Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2010), com pesquisa e dissertação na temática da violência sexual contra crianças e adolescentes. Servidora pública na Fundação de Assistência Social (FAS) de Caxias do Sul (RS) desde 2008, com atuação enquanto técnica de nível superior (psicóloga) no CRAS (2008 a 2013) e gestora – coordenadora do CREAS (2013 a 2017), Diretora de Proteção Social Especial (2017 a 2020) e Diretora de Gestão do SUAS (2020 a 2023). Foi docente dos cursos de graduação em Direito e Psicologia na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) entre 2016 e 2020, ministrando a disciplina de Psicologia Jurídica, e da especialização em Avaliação Psicológica, ministrando a disciplina de Avaliação Psicológica no contexto jurídico. Desde 2017, atua com educação permanente na assistência social por meio de cursos e eventos presenciais e online e produção de conteúdo gratuito no canal SUAS Conversas, no Youtube.
Quando cheguei ao Cras, em 2008, eu já era apaixonada por grupos. Essa paixão começou em 2007, em minha breve passagem pelo SUS, atuando como psicóloga de um Caps. Como toda paixão, ela é muito intensa em seu início: embora a passagem pelo Caps tenha durado apenas um ano, já que pedi exoneração para cursar o mestrado, os aprendizados no campo dos grupos foram tão intensos que aquele tempo foi suficiente para mudar minha forma de ver a clínica (no caso da saúde). Quando cheguei à assistência social, encontrei um cenário propício para as práticas coletivas, encarando o desafio de me desprender de sua utilização com finalidade terapêutica trazê-las para o cotidiano do trabalho social com famílias. Mas esse, de longe, não foi o maior desafio que encontrei ao trabalhar com grupos no Suas. O maior desafio ainda está posto: ampliar as práticas coletivas em uma política que foi capturada pelo modelo individualizador, apesar de seus objetos – vulnerabilidade social, desproteção, risco social – terem sua gênese atravessada por determinantes que são muito mais sociais do que individuais. Nesse cenário em que a potência coletiva foi aprisionada por um modelo “de consultório”, enfrento um desafio ainda maior do que aquele que enfrentei no SUS, que é o de contribuir para desconstruir o olhar individualizador para as expressões da Questão Social. Esse curso compartilha com você teorias e experiências de grupo com a intencionalidade de contagiá-lo/a com o entusiasmo pelas práticas grupais.
Sim, com base no Decreto Nº 7.788/2012, os recursos oriundos do FNAS repassados na modalidade fundo a fundo podem ser gastos no cofinanciamento para a capacitação de recursos humanos e o desenvolvimento de estudos e pesquisas essenciais à execução de serviços, programas e projetos de assistência social. Para tal, podem ser utilizados recursos dos seguintes blocos:
Bloco da Proteção Social Básica (PSB): conforme a NOB-RH/SUAS, podem ser utilizados para custeio de capacitações, incluindo diárias e passagens no caso de eventos presenciais.
Bloco da Proteção Social Especial (PSE) da Média e Alta Complexidade (MAC): conforme a NOB-RH/SUAS, podem ser utilizados para custeio de capacitações, incluindo diárias e passagens no caso de eventos presenciais.
Recursos do IGD-M (IGD-PBF): podem ser utilizados para compra de inscrições para capacitação de servidores envolvidos no processo de acompanhamento das condicionalidades, gestão municipal do Cadastro Único de Programas Sociais e Controle Social. Além das inscrições, também podem ser utilizados para pagamento de diárias e passagens no caso de cursos e eventos presenciais (encontros, seminários e outros).
Recursos do IGD-SUAS: podem ser utilizados para organização, financiamento e participação em cursos e eventos, inclusive a participação dos conselheiros da sociedade civil.
Recursos do Programa Criança Feliz (PCF)/ Primeira Infância no SUAS: de acordo com a Portaria n° 664/2021 (art. 4º e art. 75), os recursos podem ser utilizados para viabilizar a participação da Equipe PCF em cursos e eventos de capacitação.
Sim. Além da contratação por empenho, é possível contratar por boleto, PIX ou transferência bancária. Cada município executa um procedimento específico. Disponibilizamos em nosso site os documentos necessários para contratação. Encaminhe para o Setor de Compras/Financeiro do seu município.
Em caso de dúvidas, entre em contato conosco por meio do email: [email protected]
SIM. Em função da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei nº 13.709/2018, que protege os direitos individuais de liberdade e privacidade, como o curso possibilita interação, ficando gravadas perguntas, falas e imagens dos participantes, a capacitação deve ser assistida AO VIVO. A gravação somente será disponibilizada por tempo determinado e mediante apresentação de atestado médico que comprove impossibilidade de assistir à aula na data e horário em função de afastamento de saúde. Consulte regulamento. Para melhor aproveitamento, orienta-se a utilização de fones de ouvido, microfone e câmera.
Sim. Os certificados serão disponibilizados a todos os participantes que estiverem presentes nas aulas.
Você pode pagar à vista no boleto ou em até 12x nos principais cartões. O pagamento no boleto leva até 48 horas para confirmação da inscrição. Já no cartão de crédito a confirmação é imediata. Prefeituras podem optar pelo pagamento por empenho.
Sim, pois o projeto pedagógico do curso foi elaborado seguindo os princípios da Política Nacional de Educação Permanente do Suas (PNEP, 2013). Com base nos critérios da PNEP, o curso é do tipo "Capacitação introdutória".
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